Em sua ânsia de ir embora, Júlia, 8 anos, diz para o avô: vamo logo, seu Gordolino! Disse assim na cara dura, na lata mesmo. Foi um riso só, caímos todos na risada e ninguém recriminou, nem o avô fora de forma. Minhas sobrinhas me encantam...Mas esse fato tão corriqueiro me inquietou os miolos e me levou a pensar: por que não podemos dizer as coisas que realmente queremos dizer sem parecermos mal educados e inconvenientes? Em que ponto da vida perdemos a capacidade de sermos sinceros sem sermos cruéis? Ou ainda, quando deixamos de ser sinceros e passamos a emitir sorrisos amarelos, complacentes e dizer meias-palavras? Júlia disse o que queria, não foi mal interpretada e ainda arrancou umas boas gargalhadas. Sua frase foi singela e engraçada, sem ponto e vírgula, sem reticências, sem entrelinhas, e ainda sim muito verdadeira. Onde foi parar essa nossa sutileza? Como foi que esquecemos nossa verdade inofensiva? Quando é que paramos de expressar nossas idéias? Acabamos desaprendendo o meio-termo infantil e nos tornamos completos rudes-sinceros ou falsos-descarados. Ando precisando de umas aulas de comunicação eficiente com essa pequena Júlia...ah, se preciso!
by Natita
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3 comentários:
Re... sei que a fonte de mtas de nossas angustias estao em desaprendermos a sinceridade, achando q sincera é uma palavra atravessada, rude e mal dita ou educaçao é um "tudo bem" de cara amarrada um "nao tem problema" acompanhado de sorriso amarelo... 'Felizes os que tem um coraçao de criança', ja ensinava o Mestre...
É Rê....
Engraçado esse texto porque fico pensando que na verdade vivemos o caminho oposto, pois ao invés de buscarmos coisas novas fora de nós, com o tempo percebemos que o que nos falta e que realmente nos importa é o que já tivemos e o que está dentro de nós... nossa essência sabe?
Engraçado como complicamos para evoluir: destruímos para depois preservar e quando aprendemos a ser assim "mais ou menos como todo mundo" temos um trabalhão danado pra voltar a ser quem éramos.
Vai entender..??
Acho que a missaõ do psicológo tá nesse entremeio né? É, no mínimo, bastante louvável.
beijos
interessante comentário, Lu...ñ refleti por esse lado, mas me despertou algo...precisamos involuir?
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