quinta-feira, 26 de junho de 2008

Uma lembrança que nem sabia mais existir nessa cabeça cheia de pensamentos pós-psicologia me assaltou de súbito... eu, com meus cinco ou seis anos na minha bicicleta cor-de-rosa. Pouco antes de dormir, fechei os olhos e só conseguia lembrar de como era legal andar de bicicleta na rua e escutar meu pai insistindo pra tirar as rodinhas, garantindo que ele ia me segurar, mas e se ele me soltasse e se eu caísse e se eu machucasse e se ficasse com medo de bicicleta depois do tombo? A insistência foi muita, deixei ele tirar, mas só uma, a outra ia ficar lá, segurando meu tombo e prevenindo um futuro medo de bicicleta. Achei o máximo, olha só como eu tinha evoluído, já era gente grande, tava quase, bem perto, uma rodinha de conseguir me equilibrar sozinha e não é que gostei mesmo dessa sensação? Lembrei também do som que a rodinha solitária fazia, porque às vezes conseguia andar só com as rodas principais e a pequena se levantava do chão, mas logo me apoiava nela de novo e ela voltava a fazer barulho no asfalto, um barulho que não vou esquecer... pois ele sempre vai me lembrar que aprender é um processo. Hoje vejo que aprendi coisas mais difíceis e complexas, mas me orgulho nostalgicamente dessa memória, da roda pequena e solitária que de repente se soltava do chão só pra me ensinar que eu era capaz...

Fabi

4 comentários:

Lu Guimarães disse...

Como é bom ver o aprendizado do outro e nos reconhecer nesse processo.
Sabe, hoje doeu! Eu imaginava que seria assim, mas não foi dor, desespero...foi só dúvida, porque hoje senti que pode ser um caminho.
Como a gente é engraçado!!
E o pior é que é só vivendo, é só experimentando nem que seja aos poucos, tirando uma rodinha de cada vez.
Amanhã te quero mais pertinho pra me acolher........ Mas não se preocupe, não é desespero, é só outro caminho quase no mesmo que se mostrou diferente misturando com meus anseios pelo novo.
Obrigada Rê.
beijos

As oito disse...

opa Lu, esse post é da fabi

Lu Guimarães disse...

Então desculpa..
De qualquer modo, obrigada Fabi.
beijos

N. de A. disse...

Fabi....com certeza....me deu vontade de chorar ao ler tudo isso ( o q vc e lu postaram)!!!
To no momento de "precisando de amigas"...
Amo muito vcs!!!
(E me lembro q meu pai me carregava no colo qndo eu dormia na sala...e eu voltava pra sala e ele me carregava de novo, e de novo, incansavelmente!!!)

PS: acho q vc entendeu o sentido da rodinha da bicicleta (vc se lembra Rê): bem mais que apoio, sao pessoas q podemos confiar, q nos ajudam qndo precisamos....q possibilitam q a gt aprenda sem ter que, necessariamente, se machucar....